Arquitectura religiosaEm Portugal, a arquitectura barroca durou cerca de dois séculos (finais do século XVII e século XVIII). Surge em Portugal num período difícil ao nível político, económico e social, situação que se fez sentir igualmente na cultura e na arte. É tempo do dominio filipino, tendo-se, também, perdido algumas colónias e ainda em consequência das guerras da Restauração. Existe ainda uma pressão exercida pela Inquisição. Contudo, este período conturbado altera-se com os reinados de D. João V e D. José, porque aumentam as importações de ouro e diamantes, vive-se num período denominado de Absolutismo Régio.
O Barroco português é considerado, por muitos, uma extensão do Maneirismo, cujos princípios estavam ligados ao Concílio de Trento, que significa maioritariamente religioso. As igrejas apresentam, geralmente, a mesma estrutura, ou seja, fachadas simples, decoração contida (exceptuando o altar-mor), planta rectangular. Estas eram as características que marcavam os princípios austeros e rígidos da igreja e do poder régio. Alguns eruditos chamam-lhe o Barroco Severo. Neste período, encontramos arquitectos portugueses, nomeadamente João Antunes ou João Nunes Tinoco (igreja de Santa Engrácia, em Lisboa). Com o Renascimento, surgem as plantas de forma circular, prolongando-se pelo Maneirismo. Assim, encontramos a igreja e claustro da Serra do Pilar, de Diogo de Castilho (século XVI/XVII).
BAIXA POMBALINAO urbanismo, propriamente dito, inicia-se no nosso país com o Marquês de Pombal. Após a destruição provocada peloterramoto de 1755, era necessária uma reconstrução rápida e económica. Assim, o Marquês de Pombal opta por Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e Carlos Mardel para este projecto. O projecto deste grupo criou uma Lisboa funcional e dinâmica, com ruas paralelas e perpendiculares. Os edifícios respeitavam a mesma traça (altura igual, simetria). É o chamado Estilo Pombalino, com a severidade maneirista e a frieza do neopaladianismo adoçados pelos elementos decorativos do Barroco e Rococó. O dito estilo pombalino surge em locais como Óbidos, Vila Real de Santo António e Espinho.
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