A designação primitiva de Olisipo tem origem grega e deriva do nome Ulisses, o famoso rei de Ítaca, astuto triunfador e fundador de uma pequena feitoria, como o criam os escritores antigos. Assim Olisipo tem origem em Elasippos (condutor de cavalos) provinda do termo helénico Elasipon, nome de um semideus que figura na história primitiva da Atlântida e que Platão refere no seu diálogo Crítias. É crível, portanto que Elasíppos, forma inícial de Olissipo proviesse dos afamados cavalos criados nos campos circunvizinhos do povoado. A origem do burgo lisbonense referida na etimologia de Lisboa especulou-se quanto ao território geográfico onde o aglomerado se desenvolveu pelo que a situação geográfica encontra nesta estrutura o valioso e positivo contributo da arqueologia. O povoado pré-romano, já designado como Olisipo pelos naturais, sobreviveu através dos séculos disfrutando de um conjunto de factores favoráveis à vida tais como as caracteristicas do terreno, as serventias de água, os meios de subsistência e de defesa. Numerosas jazidas paleoliticas encontradas na região do actual concelho de Lisboa, entre elas a da colina do Castelo de S. Jorge que fazem supôr terem havido aqui agrupamentos humanos mais ou menos nómadas, um ramo dos quais, seduzido pela situação previligiada e clima temperado, teria permanecido sobretudo a partir do Calcolítico e numa continuidade nunca interrompida nesta margem direita do Tejo, já próximo da foz que o punha em contacto dominante com o mar. Através desta via, o povoado iria ter provavelmente como primeira visita os Tartéssios, povo peninsular e navegador oriundo de Africa que habitava a foz do Guadalquivir, numa cidade que milénio e meio antes da era cristã já vivia numa situação de grande prosperidade. Nas navegações atlânticas, em que foram os primeiros a aventurar-se, os Tartéssios tocariam o Olisipo, a urbe comercial de mais alto relevo do Atlântico, na celebração de trocas vantajosas com os Iberos e os Celtas.