Heráldica (ou armaria ou parassematografia) é a arte de formar e descrever o brasão de armas, que é um conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos num campo de um escudo e/ou fora dele que representam as armas de uma nação, país, estado, cidade, de um soberano, de uma família, de um indivíduo, de uma corporação ou associação. A heráldica principiou no século XII, quando se iniciou a utilização dos símbolos pessoais e familiares.
Figuras Heráldicas podem ser:
Naturais: animais , plantas, árvores, astros, figura humana, etc.
Artificiais: guerra, caça, artes, ofícios, arquitetura militar, armaria, marinha, cavalaria, cerimônias religiosas, etc.
Quiméricas, Fantásticas: grifo, dragão, centauro, águia bifronte, serpe, unicórnio, etc.
Os primeiros brasões, foram a decoração própria dos escudos dos cavaleiros, pintados com as suas cores e peças distintivas. Daí ser natural que a forma do escudo heráldico tenha acompanhado, de algum modo, a evolução dos escudos enquanto peças de defesa.
Por outro lado, verificaram-se particularismos geográficos, a nível do desenho heráldico propriamente dito, que levaram a associar determinados formatos de brasão apenas a algum ou alguns países. Assim, o escudo dito "de cabeça de cavalo" é praticamente exclusivo de Itália, o escudo "de pontas" é típico da Grã-Bretanha, os escudos alemães quase sempre são do tipo "de torneio"..
Isto permite, por um lado, identificar a origem de um brasão a partir da forma do escudo; mas, principalmente, o conhecimento da evolução da forma do escudo ao longo do tempo que possibilita a sua datação dentro de limites mais ou menos amplos e, por extensão, datar aproximadamente os objectos ou monumentos onde esses brasões se encontram. A Heráldica assume, assim, uma importância indiscutível como ciência auxiliar da História, e particularmente da História da Arte. Um exemplo do rigor em que a evolução de um brasão permite estabelecer limites temporais e podem ser vistos na Heráldica Real, a propósito da evolução das Armas de Portugal.
Os primeiros brasões que se conhecem têm a forma do chamado "escudo normando", ou amendoado, corrente no século XII, época em que se situa o nascimento da heráldica. Não se conhecem escudos portugueses desta época, mas os escudetes representados em moedas da 1ª dinastia, nomeadamente nos morabitinos, indiciam que o escudo normando devia ser igualmente vulgar em Portugal, e que os nossos primeiros brasões deveriam ter assumido essa forma. Veja-se, a título de exemplo, um morabitino de D. Sancho I e alguns escudos europeus com decoração heráldica.
Mas rapidamente o escudo heráldico assumiu um formato mais apropriado à representação de figuras e à junção de vários brasões no mesmo escudo, fruto de alianças familiares, como veremos ao falar das partições do escudo. Tornou-se, então, menos alongado e mais rectangular, ainda que com a ponta mais ou menos em bico: surgem assim, aproximadamente na mesma época, o escudo gótico, o escudo peninsular e o escudo francês.
No século XVI, a fantasia dos desenhadores heráldicos levou a uma maior diversidade no formato do escudo, muitas vezes baseado nos escudos de torneio de inspiração germânica.
O século XVII conhece um retorno a formas mais tradicionais do escudo, nomeadamente o escudo peninsular, reservando-se a fantasia para os ornatos exteriores do escudo; é frequente nesta época a existência de cartelas recortadas e outros elementos de natureza não heráldica nos desenhos de brasões.
Aparecem também, por vezes, escudos circulares ou ovais, mais ou menos correctos, embora sejam raros.
O período Barroco trouxe para a heráldica as formas mais arrebicadas e estranhas de brasões, tornando muitas vezes extremamente difícil o desenho das peças no interior do escudo. Acompanhando as linhas da arquitectura da época, os escudos barrocos apresentam curvas e contra-curvas sinuosas, simétricas ou não, e frequentemente associam elementos não heráldicos (como conchas e volutas) ao brasão, como elementos exteriores ao escudo. Não há dúvida que os brasões barrocos constituem alguns dos exemplares mais impressionantes do ponto de vista decorativo; mas a boa heráldica encontra-se muito mais nos brasões medievais.
No início do século XX houve em Portugal um revivalismo do escudo barroco, devido à adopção por D. Manuel II deste formato para as Armas Reais.
O Estado Novo favoreceu de algum modo o escudo gótico, em linha com a glorificação dos Descobrimentos e da figura do Infante D. Henrique que faziam parte do ideário do regime.
Por outro lado, verificaram-se particularismos geográficos, a nível do desenho heráldico propriamente dito, que levaram a associar determinados formatos de brasão apenas a algum ou alguns países. Assim, o escudo dito "de cabeça de cavalo" é praticamente exclusivo de Itália, o escudo "de pontas" é típico da Grã-Bretanha, os escudos alemães quase sempre são do tipo "de torneio"..
Isto permite, por um lado, identificar a origem de um brasão a partir da forma do escudo; mas, principalmente, o conhecimento da evolução da forma do escudo ao longo do tempo que possibilita a sua datação dentro de limites mais ou menos amplos e, por extensão, datar aproximadamente os objectos ou monumentos onde esses brasões se encontram. A Heráldica assume, assim, uma importância indiscutível como ciência auxiliar da História, e particularmente da História da Arte. Um exemplo do rigor em que a evolução de um brasão permite estabelecer limites temporais e podem ser vistos na Heráldica Real, a propósito da evolução das Armas de Portugal.
Os primeiros brasões que se conhecem têm a forma do chamado "escudo normando", ou amendoado, corrente no século XII, época em que se situa o nascimento da heráldica. Não se conhecem escudos portugueses desta época, mas os escudetes representados em moedas da 1ª dinastia, nomeadamente nos morabitinos, indiciam que o escudo normando devia ser igualmente vulgar em Portugal, e que os nossos primeiros brasões deveriam ter assumido essa forma. Veja-se, a título de exemplo, um morabitino de D. Sancho I e alguns escudos europeus com decoração heráldica.
Mas rapidamente o escudo heráldico assumiu um formato mais apropriado à representação de figuras e à junção de vários brasões no mesmo escudo, fruto de alianças familiares, como veremos ao falar das partições do escudo. Tornou-se, então, menos alongado e mais rectangular, ainda que com a ponta mais ou menos em bico: surgem assim, aproximadamente na mesma época, o escudo gótico, o escudo peninsular e o escudo francês.
No século XVI, a fantasia dos desenhadores heráldicos levou a uma maior diversidade no formato do escudo, muitas vezes baseado nos escudos de torneio de inspiração germânica.
O século XVII conhece um retorno a formas mais tradicionais do escudo, nomeadamente o escudo peninsular, reservando-se a fantasia para os ornatos exteriores do escudo; é frequente nesta época a existência de cartelas recortadas e outros elementos de natureza não heráldica nos desenhos de brasões.
Aparecem também, por vezes, escudos circulares ou ovais, mais ou menos correctos, embora sejam raros.
O período Barroco trouxe para a heráldica as formas mais arrebicadas e estranhas de brasões, tornando muitas vezes extremamente difícil o desenho das peças no interior do escudo. Acompanhando as linhas da arquitectura da época, os escudos barrocos apresentam curvas e contra-curvas sinuosas, simétricas ou não, e frequentemente associam elementos não heráldicos (como conchas e volutas) ao brasão, como elementos exteriores ao escudo. Não há dúvida que os brasões barrocos constituem alguns dos exemplares mais impressionantes do ponto de vista decorativo; mas a boa heráldica encontra-se muito mais nos brasões medievais.
No início do século XX houve em Portugal um revivalismo do escudo barroco, devido à adopção por D. Manuel II deste formato para as Armas Reais.
O Estado Novo favoreceu de algum modo o escudo gótico, em linha com a glorificação dos Descobrimentos e da figura do Infante D. Henrique que faziam parte do ideário do regime.